Austin a Noite
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Contos da noite

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Mensagem por Narrador Ter maio 31, 2016 4:32 pm

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Contos da noite Empty Tumba de Anjo

Mensagem por Narrador Ter maio 31, 2016 5:02 pm

"Aquele olhar demoníaco não saia de sua cabeça."

Para onde quer que Ada olhasse aquele par de olhos azuis; cor de gelo, lhe encarava, parecia onipresente, parecia sempre sorrir por debaixo daquela máscara.

Pensou em pedir ajuda, em um momento de fraqueza comentou com o algoz sobre suas suspeitas, mas estava fora de si, fragilizada pelo momento, queria um abraço, um aperto, um amigo...

Ernest se mostrou um bom amigo e aliado durante anos. Sempre prestativo, sempre um bom ouvinte e sábio a ponto de lhe conceder bons conselhos.

Mas bastou ele subir alguns degraus que o sentimento de inveja, misto com o de perda, sim, perda, Ada tinha medo de Ernest tomar o que era seu.

De todos os vampiros do clã das rosas somente ele era o único que tinha o potencial de arrancar tudo que conquistou.

"Mas será que ele queria mesmo seu lugar? Será que não foi sempre ele que regeu o clã das rosas pelas sombras? Afinal de contas Ada nunca deu um avanço sequer sem sua supervisão, sem sua consulta!"

Ada era o corpo belo que todos viam, admiravam, e recebia os elogios, quando Ernest, era a alma do clã na cidade de Austin, astuto a ponto de negar qualquer posição, mas que nunca se afastou das políticas de fato.
Ada esteve a seus pés o tempo todo, talvez este tenha sido seu erro.

Precisava libertar os grilhões....

...

Já fazem oito noites, oito malditas noites que passou a maior vergonha de sua vida e de sua não-vida.

Talvez fosse melhor deixar a cria dele em paz, acreditar em suas palavras e naquele olhar doce e triste, que explicava que não queria isso, não queria cargos, não queria ser maior.

Talvez fosse melhor acreditar que Ethan, em um momento tempestivo, agiu sem lhe consultar, colocando o único que poderia roubar sua coroa de espinhos, colocando-o em um local de destaque, não só ele, como também sua cria.

Humilhada Ada sequer atende os telefonemas, sequer se alimenta, apenas chora lágrimas de sangue em seu quarto.

...

Contos da noite 01180840458677


"Coragem Ada." -Dizia seus demônios enquanto preparada o nó corredio-

As cordas não lhe matariam, não precisava mais respirar; mas serviria para quebrar seu pescoço e evitar que se liberte do castigo que daria a si quando a besta assumisse.

"O sol já vai sair. Você deve ser rápida"- Ada faz uso de sua habilidade sanguínea para fazer os preparativos-

Confere uma vez mais os nós, estava perfeito, sua última obra de arte.

" A noite é sempre mais escura antes de amanhecer..."
-Pensava contemplativa-

Ada sobe na sacada secando uma vez mais o seu rosto e respirando fundo para ganhar coragem. Naquele instante o demônio lhe dá a mão e oferece o lenço para que seque seu rosto.

Passos vacilantes conduzem a rosa ao abismo.

O passo para o fim foi dado...

CRAC!

_Viu só, não foi tão difícil...

Ainda conseguia ouvir as vozes... As vozes...

_Este foi o barulho de seu pescoço se quebrando, e como você não se alimenta a dias, não tem como se curar mais, nem se arrepender do que foi feito.

_Você conseguiu, contemple o novo amanhecer...

Os primeiros raios de sol começaram a queimar os pés, até atingir seu ápice em questão de segundos.

Não demorou muito para a filha de Caim encontrar sua morte libertadora.

Pelo menos os demônios foram embora.
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