Dojo Miamoto - Refugio de Mifune

Mifune encontra Sazaki e seus alunos exatamente como deixou na noite anterior, ou de um jeito bastante semelhante, como se vivesse um tremendo e confuso dejavú.

Quando Mifune pisa no tatame, todos se curvam e prestam reverência ao honorável mestre.

Claro que não puderam deixar de notar as vestimentas de Mifune em farrapos, rasgada e também ensanguentada. Porém todos ali eram bastante educados e discretos, a discrição e educação do povo oriental era incomum a qualquer outra região do mundo.

Sazaki se levanta e aproxima de Mifune e diz entre os dentes:

_Que bom que voltou senhor Mifune, estava realmente preocupado com sua ausência.

Os alunos se levantam após o sensei Sazaki se levantar e retornam as atividades.

Sazaki diz sorrindo:

_Pelo visto foi muito divertido... -Diz olhando os farrapos que Mifune usava-

Mifune sempre foi muito vaidoso e por ser andrógeno muitas das vezes era confundido com mulher, se se esforçasse poderia parecer com uma.

_Kaworo está no escritório, ela disse que conseguiu algo para o senhor, só que sendo bem sincero, confiei no bom gosto dela...

Fechando um pouco a cara e fazendo até mesmo uma careta de asco, o carniçal se pronuncia, se referindo agora ao algoz.

_Torno a lembrar também sobre o ventruezinho que esteve aqui ontém pedindo os dados dos carniçais que o senhor detinha.

_Também sobre a reunião as 21 horas com nosso príncipe para sua apresentação.

Mifune olha em um relógio de parede, eram: 19:40 tinha que se apressar.

Sazaki se retira da presença de senhor, cumprimentando o mesmo com um leve reclinar de corpo. Afim de cumprir prontamente o que lhe fora solicitado se retira apressado, fazendo um cooper.

Não é difícil encontrar Kaworo, ela estava na ala administrativa, mexendo no pc e analisando as contas. Para tudo ao ver Mifune.

_Senhor Mifune! *Corre para abraça-lo sem se importar com o estado que seu senhor estava*

_Venha comigo senhor Mifune, o senhor deve estar faminto!

Dizia euforica enquanto conduzia o oriental, segurando na sua mão.

Leva o mesmo a uma sala secreta que tinha no Dojo, onde servia para se refugiar em caso de alguma invasão ou para prender reféns. Ela tinha uma boa acústica e por mais que fizessem ruídos ali dentro niguém ouviria.



_Esse homem senhor Mifune, foi o homem que quebrou nosso contrato e com isso atrasou nossa chegada na cidade. Ele tinha combinado comigo de me entregar o Dojo totalmente revitalizado em seis meses e fez isso em nove. 

_Não é um erro fatal, mas que nos prejudicou muito. O senhor pode beber dele tranquilamente, ele é um homem sem família, mora sozinho e é muito marrentinho.

_A vida dele esta em suas mãos!

O pescoço do homem pendia para o lado em um padrão incomum. Parece que a besta dominou a mente do vampiro enquanto se alimentava e a sua força sobrenatural se encarregou do resto.

_Como desejar senhor...

A porta é cerrada atrás de si, mas não antes de ouvir os rasgos da carne do homem e perceber que sua serva terminava o serviço.

Mifune se joga na cama e começa a organizar sua vida. Não podia deixar o clã padecer tão miseravelmente em Austin.

A sua mente estava distante, até que algo chama sua atenção.

***

Sons de motocicletas, confusão e estardalhaço.

Sons de briga e por um súbito momento, tem a impressão de sentir o cheiro de queimado.

Algo de errado estava acontecendo!

O brujah ao descer, nota o setor de treinamento em chamas. A armadura do seu mestre estava no chão e faltando a parte do capacete.

Fogo e cheiro de álcool, com certeza usaram Molotovs.

No chão, parcialmente cercado pelas chamas e bastante ferido, estava Sazaki. Ele estava com a katana da armadura de seu senhor nas mãos completamente cheia de sangue, seu próprio sangue.

Balbuciava algo que Mifune não conseguia discernir por causa dos roncos dos motores das motocicletas.

Por sorte naquele momento os alunos não haviam chegado ou poderia ser bem pior.

A última motocicleta que ainda estava no lugar acelerava para atravessar uma parede de chamas de um metro de altura.

Mifune pode impedir sua saída do motociclista com o uso de sua velocidade sobrenatural(rapidez) ou optar por socorrer Sazaki e deixar ele ir embora.

A vida de um servo ou o filho da puta que profanou o seu lar. O que valeria mais a pena para Mifune naquela ocasião?

O motoqueiro, na verdade era uma motoqueira, que teve seu braço atravessado pela arma. Desequilibra um pouco, mas não chega a cair, indo embora levando sua katana junto com tudo.

...

Sazaki segura algo que estava ao seu lado, em sua mão direita ensanguentada. Era a katana de seu senhor.

Seu rosto estava deformado e completamente roxo e marcado por círculos disformes de queimadura, Mifune reconhece a procedência daqueles golpes, pois ele tinha o mesmo poder.(Uso de Fúria Ardente)

_A katana*Dizia em um sussurro baixo* eu salvei!

Rapidamente o fogo se espalha e começa a pegar na perna do rapaz e um grito estridente se fez ecoar pela sala de treino.
Mifune tinha que agir rápido, ou Sazaki seria consumido pela chamas.

Dois dos alunos chegam, retiram suas camisas e põem no rosto para não respirar fumaça.

_Senhor Mifune, Sazaki, Kaworo? *Vasculhavam o lugar em busca de sobreviventes*

OFF: Mifune pode combater o fogo e retirar o jovem das chamas, mas agora terra que tratar coragem difc. 7.

Kaworo, a ultima vez que foi vista, estava no mini bunker, onde estava o rapaz. Certamente ela não ouviu e nem notou nada, por que o local era acústico, para evitar que presos, como o desta noite gritem e assustem os alunos.

Mifune, pela analise que faz, percebe que Sazaki morreria, nem mesmo o sangue vampírico, caso Mifune  Seda, salvaria o jovem desta vez. A única solução seria abraça-lo.

Deste modo agora, Mifune se vê em um dilema. O rapaz mereceu, mas as regras, as malditas regras dizem que não...

_Estou morrendo... -Dizia Sazaki- Foi um prazer lhe servir mestre!

Os olhos do rapaz começavam a se fechar, Mifune teria que tomar uma decisão rapidamente.

Não obstante a isso, os alunos começam a pegar a armadura da forma que podiam, outras alunos começavam a chegar e se unem ao rupo de salvamento. uns jovens traziam água em Baldes tentando amenizar o estrago do fogo.

Falece.

Caso Mifune queira tentar algo, deve fazer rápido, enquanto o corpo ainda estava quente. Estes ultimos minutos seriam de decisão.

O vampiro pode conduzir Sazaki até um ambiente tranquilo, mas caso o corpo esfrie, não poderá fazer mais nada.

O sangue do jovem é sorvido até a última gota, e após isso, Mifune apressadamente rasga o pulso com sua presa, ejetando sangue garganta a dentro do jovem oriental.

Mifune estava trêmulo, era a primeira vez que abraçava alguém, era como perder a virgindade em um misto de expectativa, preocupação e desejo que aquilo tudo desse certo.

Os segundos que veio após este ato foram de desespero, pareciam horas, dias ou meses, na frente do cadáver daquele que um dia foi seu serviçal.

-Droga, droga, não está funcionando- Pensava Mifune-

Até que em um dado momento a criatura salta do chão e gruda como um carrapato no pulso de Mifune, causando o prazer de um beijo. Era bom!

Sazaki sugava verozmente o pulso de seu senhor. Sim, senhor...

-Parabéns Mifune, você vai ser papai-
Mifune nuca teve filho, não tivera a chance de ter está graça divina, porém sente como se recebesse a notícia de sua esposa ou de um médico.

Pensamentos bons e planejamentos para o futuro faz com que Mifune tenha um breve devaneio.

Dando por si que Sazaki ainda bebia de seu sangue. Era bom... Mas já estava na hora de parar!

Sazaki demora um tempo para voltar a si, tentou responder seu senhor, mas faz uma cara de quem estava passando mal, muito mal mesmo.

Sequer teve chance para responder... vômito... muito vômito...

Naturalmente o sangue poderoso cuidava de fazer a transformação daquela casca mortal para uma outra completamente nova.

Mifune havia esquecido deste detalhe, mas a realidade que o cercava não.

Tudo que o novo membro comeu naquele dia é vomitado(Exceto o sangue), assim como água em exceto, urina suor, fezes, são expelidas do corpo.

Internamente os órgãos estavam sendo modificados para se tornarem reservatórios de sangue e essa mudança brusca ocasionava todo este transtorno.

O jovem se contorce de dor, pedindo com o olhar para que Mifune desse cabo de sua vida, mas isso não aconteceu. Os olhos da criança da noite se contorcem, tamanho era o sofrimento, até que tudo cessa.

Como se alguém estivesse levantando o moço pelo pescoço, Sazaki se coloca de pé. Agora sim, era um membro.

Tosse algumas vezes e cospe, a essa altura, tinha um gosto horrível em boca. Passando o braço para limpar aquilo e olhando a imensa sujeira que fez, diz entre os dentes:

_Alexia...

_Foi Alexia!

Sazaki estava envergonhado.

A criança da noite aguarda seu senhor acalmar seus sabinos e extravasar sua fúria. Melhor que ele descobre sua ira em uma lixeira ou em móveis que nele próprio.

Quando Mifune já estava mais calmo e lhe faz uma pergunta direta afim de iniciar uma investigação mais apurada, Sazaki agita a cabeça em afirmação.

_Eu vi, ela estava com capacete sem viseira e coordenava o ataque. E disse que estava de olho no senhor!

_Esta ação era somente um aviso... Um susto, como ela mesmo insinuou aos seus homens.

Sazaki abaixa a cabeça e aguarda a decisão de seu senhor.

Sazaki ouve o que seu senhor dizia e acente com a cabeça.

_Hai!

No fundo ele confiava que Mifune dobrasse a fera que era o príncipe Ethan. Buscava em sua convicção e em sua fé que seria bem sucedido.

Para seu bem e para o próprio!

...

Mifune então após a partida de Sazaki, liga para Frida. O celular toca algumas vezes, mas ela atende.

**Ligação**

_Que diabos!

_Estou indo já praí!

**Fim da ligação**

Mifune desce as escadarias e nota que seus alunos estavam enfileirados em cima das cinzas, em uma fila de três a três. Estavam descalços, ofegantes e cansados.
Porém todo o foco de incêndio foi controlado.

Todos eles estavam sujos, completamente coberto de cinzas e lama, mas Mifune entende que tal ato fora proposital, afim de demonstrar humildade ante a derrota que sofreram.

Um deles, o aluno mais antigo dá um passo a frente e cumprimenta seu mentor inclinando levemente o dorso, na mais singela e humilde maneira oriental de cumprimentar.

_Sansei Mifune, lamentamos o que ocorreu aqui, e queremos externar nossa vontade genuína em ajudar a reconstruir este templo!

_Gostamos daqui e de tudo que o senhor tem nos passado e se isso tudo aconteceu, é por que estamos incomodando de uma maneira ou de outra a alguém.

_Sei que não é este o caminho que nos ensina, mas queremos vingança. Por favor, nos dê uma orientação!

Ver todo aquele lugar destruído e a parte do elmo da armadura de seu senhor roubada, afetou mais a Mifune que qualquer outro ali. Porém, perceber a lealdade daqueles homens, da uma injeção de ânimo no brujah.

Era hora de reagir!

Mifune mostra todo seu carisma e proeminência para com aqueles homens, se revelando um verdadeiro líder em meio aquela dantesca adversidade.

Os jovens tentavam manter uma feição seria após aquelas palavras, porém após a injeção de ânimos todos respondem em Uníssono:

_Hai!

Um a um se agacha e recolhe um punhado das cinzas que estava no chão, como um ritual da revanche sugerida por Mifune.

Com as cinzas nas mãos, aguardavam sua ordem. Pareciam não estar dispostos a ir para casa, estava cedo demais para isso.